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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Chinês continua preso dentro do aeroporto de Narita

O Chinês ativista pelos direitos humanos, continua sua moradia dentro do aeroporto de Narita. Zhenghu Feng de 55 anos, está vivendo dentro do aeroporto de Narita desde o dia 4 de novembro, semelhante ao personagem vivido por Tom Hanks no filme o "Terminal", em forma de protesto após sua entrada à China ter sido negada por 8 vezes apesar de estar com os documentos em dia e possuir a cidadania Chinesa, Feng foi impedido de entrar na China, destino a Shanghai onde reside, sem ao menos receber uma justificativa das autoridades chinesa.

Um pouco da vida de Zhenghu Feng:

Feng lecionava na Finanças e Economia na Universidade de Shanghai e servia como chefe da empresa de desenvolvimento e instituto de pesquisa da China até o ano de 1990. Em 1991, ele veio ao Japão para estudos avançados em economia e ciências da computação retornando em 1998 para criar uma empresa de consultoria em Shanghai, servindo as empresas japonesas. Feng foi preso por 3 anos em novembro de 2000, por publicar um livro da qual as autoridades Chinesa não aprovaram. Ele acredita que seu único crime na "realidade", foi a sua crítica à forma como as autoridades lidaram com o movimento democrático no ano de 89. Desde sua libertação, Feng cobrava justificativa para a sua prisão que considerava injusta, ajudando também civis comuns, começando apresentar várias petições ao Governo sobre várias injustiças se tornando um ativista dos direitos humanos na China.

Em fevereiro Feng foi detido secretamente por agentes da segurança nacional por 41 dias em Pequim. No início de abril, foi "aconselhado" por parte da polícia de Shanghai, para que fosse ao Japão à fim de evitar o período sensível em torno do 20 º aniversário do incidente de 4 de junho. Feng então, discursou em um evento para marcar o 20 º aniversário do 4 de junho do Movimento Democrático, também conhecido como o incidente da Praça Tiananmen ou protesto na praça da paz celestial, em Tokyo. Seu otimismo sobre a evolução da democracia na China, chamou a atenção do público, mas quando ele voltou para casa em 7 de junho, ele foi parado por agentes aduaneiros em Xangai e como o seu visto de trabalho ainda era válido, foi enviado de volta à Tokyo.

Na data de hoje, Feng completa 83dias acampando no aeroporto de Narita:

A partir daí, Feng tentou retornar à China sendo que das 4 vezes, não o permiram embarcar no seu vôo em Tokyo e as outras 4 vezes foi negada sua entrada no aeroporto de Pudong, com o destino à Shanghai. Apesar de seu filho viver no Japão mas sua esposa morar em Shanghai, seu desejo de retornar à China não está relacionado a sua situação familiar, como Feng também poderia simplesmente passar pelo balcão da imigração e entrar no Japão, já que seu visto de trabalho do Japão só vence em Junho, mas não quer, assim como também rejeitou a oferta do estatus de refugiado oferecida por um oficial das Nações Unidas que o visitou no aeroporto em Novembro.

"Eu tenho a minha própria pátria. A China é o meu próprio país, e retornar é o direito humano fundamental de um cidadão Chinês"- foi a justificativa dada por Feng.

"Minha insistência em voltar para a China não é para provar minha coragem, é sobre a minha fé no desenvolvimento da China, no estado de Direito e Direitos Humanos como valores universais"

Feng pede ao Governo Chinês, para que revogue a decisão das autoridades de Shanghai, em recusar a um cidadão, o direito de voltar para casa, em clara violação da Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

Acampado numa área do aeroporto onde não existe estabelecimentos comerciais e só transitada por passageiros que embarcam e desembarcam, Feng utiliza-se da pia do banheiro local para seus cuidados de higiene pessoal e alimenta-se das doações feitas por passageiros, funcionários locais e comissários de bordo que tem o conhecimento do caso e solidarizam com sua situação.

Zhenghu Feng diz permanecer pelos corredores do aeroporto de Narita até que consiga voltar ao seu "lar". Para quem quiser acompanhar os acontecimentos e o dia a dia de Feng, basta acessar o Twitter, onde posta diariamente mantendo um canal de comunicação com o mundo do lado de fora do aeroporto.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Auxílio de retorno "Kikoku Shien", chega ao fim

Pois é, agora tornou-se oficial e com data determinada para o término da ajuda do Governo Japonês no auxílio da passagem de retorno.
Para quem ainda estava na dúvida se pega ou não pega, ou para aqueles que resolveram esperar para ver se a economia melhorava mas ainda não conseguiram se recolocar em nenhuma vaga de trabalho, acho melhor repensarem nos planos e decidirem antes que fiquem com esta opção à menos.
Opção esta que foi e ainda é muito polêmica entre a comunidade brasileira aqui no Japão. Polêmica que no meu ponto de vista foi gerado através da má divulgação pelos canais de comunicação feita em português.
Logo que foi anunciado esta ajuda, lembro-me que a primeira notícia que eu lí foi no próprio site do Ministério Japonês e logo pensei que isso poderia gerar descontentamentos entre a população Japonesa, já que o Japão estava enfrentando momento de crise ecônomica e abrir os cofres para estrangeiros usufruírem nesse momento não soava muito bem.
Mas por outro lado pensei: "Pelo menos com esta ajuda, muitos que estavam nas ruas sem ter onde morar e o que comer, poderiam regressar para a terra natal, estar entre seus familiares e amigos e ainda sobrar um pouco para o sustento de alguns dias"
Por isso foi tamanha o meu espanto ao começar escutar xingamentos e reclamações da comunidade brasileira em relação a esta ajuda, onde indignavam-se dizendo que estavam sendo expulsos pelo Japão com esta ajuda, causado talvez pelo impacto de como a notícia foi divulgada e pelo "barulho" daqueles que se dizem ser a "voz" da comunidade praticamente afirmando ser o dever do Governo Japonês arrumar um novo emprego para todos aqui, procurando assim, recrutar mais "gritadores" para lutar e ficar no Japão.
Tantas histerias para nada! Foi divulgado aqui e ali por vários jornais, pegaram no pé do Governo Japonês para no final mudarem algumas palavras mas o resultado continuou o mesmo!
Passado 1 ano desde o início da crise e apesar da onda de cortes terem parado, ainda vejo uns e outros que não conseguiram uma nova vaga de emprego. Algumas fábricas levaram suas produções para outros países com custos mais baratos, das quais já haviam instalações, outras eliminaram a mão de obra latino americana, permanecendo apenas com os asiáticos enquanto outras procuraram transferir as vagas para postos femininos. Fora aquela pequenas fabricas que se afundaram e fecharam as portas e tantas outras que estão se pendurando como podem para não caírem neste enorme buraco causado pela crise econômica...
Então eu fico me perguntando:
- Caso essa ajuda fosse cancelada, como é que estariam todos esses desafortunados que perderam emprego e só encontraram alguma solução para seus problemas aceitando essa ajuda do Governo?
- Os "porta-vozes" da comunidade estariam fazendo algo e dando conta de ajuda-los até os dias de hoje?
Eu acho que estariam piores do que já estavam, ainda mais se estivessem para depender dessa tal "casa dos trabalhadores" que até hoje não funciona e muito menos foi esclarecida para quê e no quê ela poderá ajudar a comunidade brasileira no Japão, porque parecem estarem muito mais ocupados e preocupados em decidirem (brigarem) para saber quem vai participar, quanto se vai gastar e principalmente quanto se vai ganhar...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

De onde vem o preconceito?

É muito raro as pessoas refletirem a causa dessas tão polêmicas plaquinhas de proibição em frente aos estabelecimentos...
 De onde surge a origem desse preconceito?
Será que eles surgem assim gratuitamente, sem ninguém ter provocado nada, eu não gosto e pronto?
Eu vejo mais como uma "precaução" do que um ato de preconceito ou conflito entre etnias... se averiguar os acontecimentos passado antes dessas plaquinhas surgirem nas portas, talvez você compreenda a verdadeira origem delas...
Primeiramente eu diria que o ponto de partida vem com o desentendimento na comunicação, seguido pelos erros na "tentativa" de comunicação, pois não é novidade para ninguém que a maioria dos Japoneses não dominam nem o básico da língua Inglesa onde já encontramos muitos erros, escrever em outras línguas e usando programinhas de tradução então... resultam nessas maravilhas de placas (como esta da foto acima) que encontramos por aí e que nem sempre o que se está escrito fica compreensível!
Já ví também vários vídeos ou fotos que mostram placas com os dizeres "Japanese Only", que nem sempre quer dizer que se é permitida a entrada apenas de Japonês e sim que o atendimento dado no local é apenas em Japonês, muito comum ver este tipo de placa em locais que fazem atendimento ou prestam acessoria ao público.
Outras placas que as pessoas costumam associar como racismo, estão com os dizeres "Only members" e algumas vezes acompanhadas com o "Japanese Only". Não entendo a indignação de um não-associado por ser barrado em um estabelecimento onde só se entra quem faz parte dos membros da associação e para participar de um associação, geralmente a pessoa tem de dominar bem o idioma (fala, leitura e escrita), já que muitos avisos de normas e atividades vem por correspondências, pelo menos, eu nunca ví ou fiquei sabendo de algum estrangeiro que tivesse sido proíbido de fazer parte de um estabelecimento só para membros, apenas por ser estrangeiro...
Outro fator muito comum que levam a criação dessas plaquinhas, são as diferenças culturais.
No Brasil chega a ser comum ver consumidores abrindo tampa de frascos para sentirem a fragância do produto, como é comum alguma mãe abrir aquele pacote de salgadinho para o filho "impaciente" antes de passar pelo caixa, ou aquele que olha e olha o produto com as mãos, deixando marcas ou danificando a embalagem ou até mesmo a própria mercadoria com riscos e ainda temos aqueles que aparecem em grupos, fazendo algazarras, causando incômodo aos outros clientes e transtornos aos donos do estabelecimento para acabar não levando nada!
E o terceiro e último fator entre as principais causas de origem dessas placas, temos os maus elementos! Aqueles que entram e cometem desde pequenas delinquências à grandes violências ou desde pequenos furtos à chamativos assaltos.
Não estou aqui em defesa dos Japoneses e nem digo que no Japão não existe ato de discriminação, mas não adianta generalizar e conciliar certas atitudes que provèm de causas bem diferentes e se virar contra a sociedade e a cultura do país em que se está "hospedado".
A melhor forma de lidar e combater certas atitudes que até podem nos ferir o brio, é a conscientização dos verdadeiros motivos junto a conscientização de que é necessário aprender, entender e respeitar o idioma e a cultura do país, combatendo assim junto aos Japoneses,"futuras" causas de "desentendimentos" e atos de um pré-conceito.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Com medo de uma debandada de indústrias japonesas, Governo muda projeto de lei

Desde que saiu uma nota em dezembro do ano passado, sobre as mudanças que o Governo faria nas leis do contrato entre empreiteiras e trabalhadores no ipcdigital.com, só se ouvia falar sobre os palpites em tom de vitória de que a era das empreiteiras estavam chegando ao fim.
Sempre que me perguntavam sobre o que eu achava que iria acontecer, eu notava a reação de contrariedade nas faces das pessoas, como se eu estivesse torcendo contra ou fizesse parte do time oposto ao dar o meu parecer.
A minha resposta está aí... não muito diferente da nota publicada na edição número 222 da revista alternativa de 14 de janeiro de 2010.
Mesmo que o procedimento dessas mudanças tão "esperadas" acontecesse, seria como eu dizia: "O Governo estaria fechando o cerco apenas para as empreiteiras que não passam de apenas "hospedeiras", deixando as fábricas que são as que mais tem o interesse de "usufruírem" da mão de obra desses hóspedes"
E sendo assim, na minha opinião, se por um lado eu achava muito difícil as empreiteiras sumirem do mapa, por outro lado se realmente chegasse ao fim, a situação para os trabalhadores brasileiros ficaria muito mais difícil do que já está. Muitíssimo poucos seriam os que realmente conseguiriam se beneficiar com essas mudanças, já que as fábricas podem também procurarem outras alternativas.
Não é preciso torcer contra ou estar no time oposto, para "adivinhar" a extensão dos resultados sobre tais mudanças... basta observar os motivos, os interesses e os últimos acontecimentos aos olhos da realidade do dia a dia e não aos olhos de indignação ou desejo pelo idealismo.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Nenhum lugar para se chamar de Lar: Brasileiros descendentes de Japoneses descobrem que são estrangeiros na terra de seus ancestrais


Hoje eu resolvi comentar sobre um artigo que eu li esse dias, escrito por Takeyuki Tsuda, Professor Antropologista da faculdade de Evolução Humana & Mudanças Sociais na Universidade do estado de Arizona. Achei bem interessante este artigo, pois Takeyuki Tsuda além de ter escrito várias publicações relacionadas ao "fenômeno" dekassegui; ele, assim como muitos de nós, é um descendente de Japoneses que cresceu nos EUA em volta de uma cultura que também é bem diferente da raíz dos nossos antepassados. Acho que Takeyuki, após suas pesquisas, experiências e entrevistas em campo entre ambos os lados (Japoneses e Brasileiros descendentes de Japoneses) descreve bem o drama ocorrido nos sentimentos de ambos os lados.
Os Brasileiros descendentes que apesar de nascidos e crescidos no Brasil, muitos se sentiam (mesmo que camufladamente em seu consciente), como Japoneses, dado a diversos fatores que entre os principais talvez seja a educação e cultura que recebemos, chegando até ao ponto de alguns receberem com um certo grau elevado de rigidez pelos nossos antepassados e o fato da fisionomia herdada pela etnia oriental que nos diferencia da grande parte da população com traços ocidentais no Brasil. É muito comum ouvir queixas de descendentes, sobre aqui no Japão sermos chamados de Brasileiros e de no Brasil sermos Japoneses.

No place to call home: Japanese-Brazilians discover they are foreigners in the country of their ancestors
-...Um jovem estudante Brasileiro Nikkei me contou com uma ponta de indignação em sua voz: “Mesmo se for completamente Brasileiro e agir como Brasileiro, nós sempre seremos Japoneses por causa de nossas faces... Podemos ir assistir e torcer por nosso time de futebol favorito, até mesmo dançar samba na rua, mas sempre terá algém que vai chama-lo: Ei Japonês!...”- -... Um jovem Japonês me dizia: “A primeira vez que os Japoneses-Brasileiros vieram para a cidade, eu fiquei realmente surpreso, eu pensei, nossa... olha esses tipos! Afinal, de que mundo eles são? Eles parecem Japoneses mas não são Japoneses de verdade. Eles agem completamente diferente, falam outro idioma e se vestem de formas estranhas... Eles são como falsos Japoneses, como os super-heróis que você na TV...”
 Por um lado, temos os mesmos gostos, absorvemos e vivenciamos a mesma cultura, falamos a mesma língua, estudamos os mesmos livros, mas nossas faces nos diferenciam e nos registram como Japoneses.Por outro lado, nossas faces se igualam na multidão, mas nossos atos, nossos pensamentos, nossos vestimentos e a nossa língua nos diferenciam e nos registram como Brasileiros.

-Um morador classe média me contava: “Eles parecem ser como pessoas vindo de vilas rurais e pobres. São do tipo de pessoas de baixo nível que não poderia viver no Japão, então eles descartaram o Japão e foram para o estrangeiro...” Os Japoneses nativos também pensam que os Japoneses-Brasileiros tem migrado agora ao Japão porque também não conseguiram sucesso no Brasil - - Mas em contratapartida é o grupo minoritário que mais não sofre com o estatus sócio-econômico e discriminações, já que os Japoneses-Brasileiros geralmente fazem parte da classe média-alta e sempre estão sendo adimirados pelos atributos de” suas” culturas Japonesas. -
 Aqui torna-se outro choque para os Nikkeis, onde no Brasil é comum escutar sempre um elogio aos nikkeis, do tipo "não existe nikkeis morando em favela", "nikkeis são inteligentes", "nikkeis sabem prosperar", elogios e estatus que os Nikkeis estavam acostumados a receber. Enquanto no Japão, nossos antepassados foram e ainda são vistos como fracos e pobres que juntado ao regresso de seus descendentes ao Japão para ganhar dinheiro, foi o marco para a confirmação do que pensavam e considerarem de vez como "fracassados"

- Autoridades do Governo, acreditavam que nikkeijin iriam se assimilar sem problemas dentro da sociedade Japonesa, proporcionando a mão de obra necessária sem perturbar a homogeneidade ética do Japão. - - A aparência racial que marca o Japonês como a minoria no Brasil, não os diferencia quando chegam ao Japão, mas isso não os poupa de serem vitos como uma minoria étnica. Tanto como funcionários do Governo Japonês como a maioria dos trabalhadores e residentes Japoneses que entrevistei, estavam muito desapontados em descobrir como culturalmente o Brasileiro nikkeijin tinha se tornado. - - Muitos Japoneses-Brasileiros retornavam ao país de origem da sua etnia, esperando ser socialmente aceitos, se não bem recebidos, se desapontam ao saber que são socialmente isolados e tratados como estrangeiros. -
 Aqueles que receberam a educação e cultura dentro dos costumes Japoneses, tem menos dificuldades para envolver-se com a sociedade Japonesa. Mas mesmo com tanta familiariedade com a cultura Japonesa, o grau de envolvimento com a cultura e educação dentro dos costumes Brasileiros sempre foi maior. É difícil prosperar em algum lugar sem que não haja nenhum envolvimento, tanto que os nikkeis que prosperaram e se destacaram no Brasil, foram os que entraram e acompanharam a sociedade Brasileira, nos estudos e cultura. Não é a aparência, nem a nacionalidade, nem feitos e desfeitos de antepassados que nos fazem mais ou nos fazem menos para ser aceito na sociedade, mas é o grau que absorvemos para se envolver e acompanhar como iguais na sociedade em que vivemos hoje.

-Uma senhora Japonesa me contava: “Mesmo se eles não tiverem dinheiro para viver amanhã, eles decidem curtir a vida hoje e preocupar-se com o amanhã quando isso acontecer. Eles são pessoas abertas e joviais, mas negligentes, irresponsáveis e preguiçosos. Países de clima quente são assim...” - Alguns moradores Japoneses reclamaram que os Japoneses-Brasileiros que vivem na vizinhança, fazem excessivo barulhos em seus apartamentos e fazendo festas até tarde da noite nos fins de semana.
-Um nikkei dizia: “Para ser considerado Japonês, não é suficiente ter a face Japonesa e comer com palitos, você deve pensar, agir e falar igualmente os Japoneses...” - - No Brasil, os Japoneses-Brasileiros consideravam suas condutas relativamente calma e contida. No Japão, eles descobrem que o jeito de andar, se vestir, se gesticular, é extremamente diferente de todos os Japoneses e ao mesmo tempo, alegam que em comparação os Japoneses são pessoas sem “calor humano”. -
 Conflitos provocados pelo choque cultural onde um lado nos veêm como inconsequentes irresponsáveis e bagunçeiros e o outro como pessoas frias, "sem calor humano". Conflitos que me fizeram pensar se o depoimento do Japonês lá em cima não estava certo ao dizer que parecemos "falsos Japoneses" ou até mesmo o depoimento desta senhora ao dizer que deixamos para nos preocupar com o amanhã somente qndo esse amanhã se torna o hoje, depois de tudo o que aconteceu com essa crise...

- Quando negam o carinho que tinham anteriormente por sua indentidade Japonesa, muitos Nikkeis procuram pela religião para preencher o vazio. Outros, particularmente aqueles que estão isolados por outros da mesma etnia, sofrem com desordem mental, criando amigos imaginários ou até passando para comportamentos suicidas ou criminosos. - - Mas a reação mais comum é a reafirmação de suas indentidade Brasileira em vez de lutar para misturar-se como nativo, começam a agir abertamente de maneira Brasileira, falando Português em tom alto publicamente, vestindo roupas brasileiras e se apresentando como Brasileiros. - - Eles também começam a participar de forma mais activa do que já fez no Brasil, em eventos com músicas, dança, roupas e comidas Brasileiras. Entre os mais visíveis eventos “Brasileiro”, são os desfiles de samba, organizados nas comunidades com alta concentração de nikkeijins. Embora a maioria dos nikkeis nunca terem se interessado em participar do samba no Brasil ( sendo até desprezada como uma atividade fútil), eles de repente se veêm dançando samba no Japão -
 Eu acho que isso seria a resposta mais propícia para responder a minha pergunta de onde vem o excessivo "orgulho de ser Brasileiro" que muitos Brasileiros andam esbravejando por aí... Agora só me resta saber se esse "orgulho" vem do choque cultural entre os dois países, fazendo-os perceberem que por mais que tenham vindo da etnia Japonesa, o quão Brasileiros eles são no comportamental ou se esse orgulho brota de dentro do seus sentimentos de rejeição e ego ferido.

- Mesmo que tentem se misturar ao resto da sociedade Japonesa, os nikeijins tem poucas chances de fazê-lo. O grande número ddaqueles que desistiram de seus planos originais de retornarem ao Brasil, vão viver suas vidas como estrangeiro. Muitos de seus filhos porém, serão capaz de preencher a lacuna étnica. Eles não estão apenas aprendendo o idioma nas escolas Japonesas, eles também estão adotando atitudes Japonesas e até mesmo preconceitos sobre o país que seus pais deixaram para trás. -
 É a história de nossos antepassados Japoneses se repetindo hoje no caminho inverso. Como eu nunca vi nenhum Japonês imigrante daquela época que tenha se tornado bem aceito e bem sucedido no Brasil e sim somente seus filhos que nasceram e cresceram participando da sociedade Brasileira, acredito que não verei por aqui tbm. Igualmente esses filhos que nascerem e crescerem aqui é que podem ter a chance de misturar-se à sociedade, conquistando espaços e respeito como iguais, porém sempre Brasileiros, como sempre fomos e somos Japoneses no Brasil.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Orgulho de ser Brasileiro? PartⅡ

Estava a assistir vídeos no youtube que me apareciam aleatoriamente na lista de relacionados e me deparei com este vídeo da reportagem do jornal da IPCTV.

Mais uma vez não pude deixar de ligar o assunto com o tema "orgulho de ser brasileiro" e mais uma vez muitas pessoas podem estar pensando que eu "odeio" o Brasil e seus Brasileiros... mas isso não é a verdade, ou eu estaria propriamente me odiando igualmente, afinal eu tbm sou uma Brasileira!

O ponto que eu quero chegar, é essa questão do extremo orgulho de ser Brasileiro e tudo que chega ao extremo não nos faz bem. Por isso devemos buscar sempre o equilíbrio, buscando pesar igualmente na balança, sem deixar pender demais nem para um lado e nem para o outro e dentro desse equilíbrio encontrar a harmonia para sí. E eu acredito que esse extremo é que torna os nossos Zés de lugar nenhum à síndrome do regresso, falado na marcação 2:05 deste vídeo.

Quantos e quantos Zés não existe por aí? Quantos Zés odeiam o Japão mas não retornam ao seu país amado e quantos desses que finalmente retornam não acabam desejando voltar ao país que já foi odiado?

Quando no Japão, o Brasil é melhor.

Quando no Brasil, o Japão é mellhor.

Um verdadeiro paradoxo entre Sócrates e Platão...

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